domingo, 6 de abril de 2014

#eunãomereçoserestuprada

"Her world's now come undone, from looking straight at the sun... What did her daddy do? What did he put you through?" - Aerosmith

Atualidades. Vamos lá. (Não, não vai ser pique sua aula de geografia, não precisa se preocupar. Mas já tá na hora de perder medo de fontes de imformação de qualidade, né?)

Enfim.

Recentemente, começou a rolar pelas redes sociais a campanha #eunãomereçoserestuprada, que trata do Feminismo e seu papel na sociedade atual e do alto nível de crimes abusivos à mulher no Brasil. Tudo isso têm chamado muita atenção nos últimos anos, depois de casos e mais casos de mulheres agredidas e/ou expulsas de instituições educacionais e, obviamente, grande incidência de estupro.


Qual o papel da música nisso? Simples - awareness. Não é de hoje que artistas usam hits para espalhar histórias e conscientizar a galera. Música fica na cabeça, não é difícil de decorar e cantar por aí e ainda dá uma boa reputação para o compositor. Como dizem os americanos, it's a win win situation.

Então, aqui vão alguns exemplos de cantores e bandas que usaram sua popularidade e talento  para espalhar essas histórias. 

Janie's Got A Gun - Aerosmith
Lançada em 1989 como segundo single do álbum Pump, e um dos maiores hits da banda, a canção fala de uma garota chamada Janie, que teria sofrido algum tipo de abuso e participado de um tiroteio.


Steven Tyler compôs a música após ler na Times sobre vítimas de um tiroteio e conectou a letra aos temas de abuso e estupro. Os altos e baixos instrumentais na músicas refletem as faculdades mentais de uma vítima das atrocidades citadas acima. As fortes batidas de bateria são para lembrar tiros de armas de fogo.

Bohemian Rhapsody - Queen
Umas das mais bem compostas obras da idade recente, na minha opinião. Escrita ao longo de 15 anos e lançada no álbum A Night At The Opera, em 1975, a história por trás da letra permanece um segredo: Freddie Mercury nunca revelou exatamente sobre o que ela falava e a banda respeitou sua decisão.


Porém, podemos analisar a letra e decodificar grande parte do mistério. A música trata de um jovem em conflito, que sofre algum tipo de trauma e mata uma pessoa. Rumores indicam que o tal jovem seria o próprio Freddie Mercury que teria sofrido abusos e teria ficado perturbado por algum tempo, quase a ponto de matar alguém. As partes de ópera, hard rock e a sobreposição de vozes traduzem diferentes estados mentais e momentos vividos pelo protagonista da história. 

Polly - Nirvana
Parte do álbum Nevermind, lançada em 1988, a música, composta pelo guitarrista Kurt Cobain em E menor, trata do caso de Gerard Arthur Friend, que torturou e estuprou uma menina de 14 anos.


Uma das primeiras tentativas de Cobain na música pop, foi um hit que fez exatamente o que eu disse lá em cima: divulgação e conscientização. Cultura de massa que traz um benefício. Uma curiosidade: a música foi nomeada primeiramente Hitchhiker e depois Cracker antes de ganhar o nome de Polly. Apesar de não ser a fã número 1 do Nirvana, gosto dessa canção.

Smooth Criminal - Micheal Jackson
Sétimo single (wow) do álbum BAD, de 1987, têm uma batida estranhamente creepy e trata da história de uma garota chamada Annie, que é atacada por um misterioso criminoso na surdina em seu apartamento.


 Não sabemos se é uma história verídica, mas de jeito qualquer no entra no tema. A música vai progredindo num diálogo entre uma possível testemunha e Annie, até que surge uma nota mais alta como um grito

Observemos um padrão: todas são da década de 80. Engraçado como as músicas dessa época tinham alguma profundidade. Food for thought, como diriam os britânicos.

"Mama, life had just begun... But now I've gone and thrown it all away..." - Queen


Music Junkie

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sing.